Um jardim inteiro e perfeito, repleto de frutas diferentes, da mais azeda até a mais doce. Frutas que conhecemos e algumas que provavelmente nunca saberemos. Esse era o jardim que Deus deu para Adão e Eva cuidarem. Era desse mesmo jardim que eles deveriam tirar seus alimentos, e a única regra era bem clara: “de toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá.” (Gênesis 2.16-17). Tudo era perfeito, até que um dia Adão e Eva comeram justamente do fruto proibido.
Adão é o primeiro a ser questionado por Deus sobre o que havia acontecido, e prontamente ele justifica suas ações dizendo que a culpa era da mulher que Deus havia lhe dado. Então Deus, direciona sua pergunta para Eva, que seguindo os passos do marido, também justifica suas ações, apontando a serpente como verdadeira culpada. O que fica claro na atitude do primeiro casal, é a tentativa frustada de justificar um erro. Talvez eles estivessem com medo de sofrer as consequências, ou envergonhados demais para assumir a culpa, independente da motivação o erro foi feito, o pecado “entrou” no mundo.
O rei das desculpas
Talvez nesse momento você esteja sondando seu coração e ponderando se alguma vez já justificou seu pecado. Eu gostaria de ajudá-lo a reconhecer que isso é muito mais comum do que pensamos. Certamente você já foi a alguma festa, ou rodizio, e comeu. Comeu muito, comeu até passar mal. E quem nunca se planejou, ou comeu menos durante o dia porque sabia que a noite a comilança estava garantida?! Mas sabe, eu entendo, afinal não é todo dia que temos comida de graça, ou não é sempre que podemos gastar dinheiro para comer num rodizio. Certo?!
A banda cristã DC TALK, cantava em uma de suas músicas: “eu venho tentando encontrar uma vida por conta própria sem Você. Eu sou o rei das desculpas, tenho uma para cada coisa egoísta que eu faço. O que está acontecendo dentro de mim? Eu desprezo meu próprio comportamento. Isso só serve para confirmar minhas suspeitas de que ainda sou um homem carente de um salvador“. Justificamos o pecado da gula, talvez por acharmos que a gula não é um pecado grave, ou simplesmente por não enxergamos ela como tal. Antes nossas justificativas fossem apenas com a gula. Seguimos pecando, nos escondendo e justificando nossas atitudes, numa tentativa inútil de sairmos ilesos da situação.
O puritano Richard Sibbes, em seu livro The Bruised Reed, resumiu de forma simples a nossa resistência: “É muito difícil fazer com que um coração desinteressado e evasivo chore clamando por misericórdia. Nossos corações, tal como os criminosos, até serem espancados para eliminar todas as evasivas, jamais clamam pela misericórdia do juiz ”. Precisamos encarar o fato de que independente de qual seja o pecado, uma vez que conhecemos a Deus, não existe justificativa para pecarmos. Jesus mesmo alegou isso ao dizer que “se eu não tivesse vindo e lhes falado, eles não teriam nenhum pecado; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado” (João 15.22 – grifo do autor).
Não justifique, confesse!
São diversos os versos da Bíblia que nos convidam ao arrependimento. Cristo é o maior convite que podemos ter, Ele escolheu sofrer por nossos pecados. Ele escolheu morrer em nosso favor, suportou a ira do próprio Deus, afim de nos reconciliar. Sabe o que Ele fez? Ele nos justificou, ou seja, a partir do momento em que declaramos Jesu como nosso Senhor, o seu sacrifício na cruz nos torna justos diante de Deus. Antes eramos devedores, hoje temos nossa dívida paga.
Não justifique seus pecados, seja por medo, vergonha, culpa ou qualquer que seja sua intenção, não o faça! Lembre-se que Jesus não veio para chamar os justos, Ele veio chamar pecadores, nos chamar ao arrependimento (Lucas 5.32).
“Portanto, arrependam-se e se convertam para que sejam cancelados os seus pecados”
Atos 3.19
JG