“Jesus estava orando em certo lugar e, quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu:
— Senhor, ensine-nos a orar” (Lucas 11.1)
Esse verso sempre mexe comigo, os discípulos conheciam Jesus e já o tinham visto fazer maravilhas como curas, multiplicações, milagres, ensinar com facilidade entre outras coisas incríveis. Certamente havia muito o que admirar na conduta de Cristo, havia muito o que se copiar, o que se observar para aprender. Mas de todas as coisas, os discípulos pedem que Jesus os ensine a orar.
Jesus, o próprio Deus, cultivava uma vida de oração, Jesus a quem pertence todas as coisas, a razão de todas as coisas existirem considerava a oração como algo precioso. Então por que nós, meros mortais pecadores, insistimos em não orar?
John Piper define oração como “o fôlego de vida cristã”, assim ela é “responsável” por nos manter vivos. A oração é um derramar da nossa alma, do nosso coração a Deus (seja em confissão de pecado, adoração, louvor ou ações de graça). Uma das grande ciladas do diabo é sugerir mentiras a respeito da oração. Mentiras como:
“Pequei, não posso entrar na presença de Deus sujo assim como estou”
Essa é uma mentira horrível e se acreditarmos ela tem o poder de nos distanciar cada vez mais do Senhor. Permita-me deixar claro que Deus nos convida para oração: “Confie nele em todo tempo, ó povo; derrame diante dele o seu coração. Deus é o nosso refúgio.” (Salmo 62.8). Outra coisa que precisamos ter convicção é de que “Sacrifício agradável a Deus é o espírito quebrantado; coração quebrantado e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (Salmo 51.17). Não importa qual tenha sido seu pecado Jesus morreu para que fosse possível confessar pecados e pedir perdão. E tenha a certeza de que o Senhor ouve! “Bendito seja o Senhor, porque ouviu a voz das minhas súplicas!” (Salmos 28.6).
“Deus sabe de todas as coisas, Ele sabe o que eu penso e o que está no meu coração”
Realmente Deus sabe de todas as coisas, até das coisas que inutilmente tentamos esconder. Mas nesse aspecto a oração não tem muito a ver com isso, não é sobre Deus já saber, é mais sobre o nosso orgulho ser ferido. Derramar o coração ao Senhor, é deixar o ego de lado, é reconhecer nossa pequenez diante de um Deus que sabe de tudo. Um relacionamento íntimo e saudável não é possível quando apenas uma das pessoas fala, é preciso haver diálogo não monólogo. Deus fala, mas nós precisamos falar também.
A oração é um lugar de dependência, é onde nos tornamos vulneráveis. É na oração que devemos ser como o publicano (da parábola Lucas 18) e batendo no peito, gritar por misericórdia porque somos pecadores. E dentro dos planos soberanos de Deus, Ele faz com que a minha oração contribua para o plano dEle. Fique com a Palavra, e a Palavra nos convida, nos motiva, nos convoca a orar.
“Separar um horário e um lugar para orar todo dia é puro legalismo”
Daniel tinha o costume de orar três vezes ao dia (Daniel 6.10) e fica claro ao ver a história de vida desse profeta que certamente o Senhor ouvia cada uma de suas orações. Mas se Daniel não for o suficiente para combater essa mentira, saiba que o próprio Cristo tinha seus momentos para orar. “Tendo-se levantado de madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus saiu e foi para um lugar deserto, e ali orava.” (Marcos 1.35 – grifo do autor). Ele também tinha um horário e um lugar para orar, e podemos ver a mesma cena se repetindo em Mateus 14.23, Marcos 6.46, Lucas 5.16, Lucas 6.12, Lucas 9.18, Lucas 11.1, Hebreus 5.7-8.
Parafraseando John Piper, se definir um horário e lugar para orar é legalismo, então fazer refeições três vezes ao dia também é um legalismo, onde já se viu?! A carne é fraca, o pecado sempre vai nos inclinar a fugir da oração, só conseguimos nos manter se firmarmos um compromisso com a oração. Separe um horário e um lugar e não renuncie isso por nada.
“Oração não é um dever, tem que ser algo prazeroso”
E por que não um dever prazeroso?! Eu sei que nem sempre teremos vontade de orar ou saberemos como orar, e nesses momentos eu aprendi com o Pr. Lucinho a começar com um clamor “Espírito Santo eu não sei / não quero orar como convém, mas eu sei que convém orar. Me ajuda!” Não considere a oração ser um dever como algo ruim. Mais uma vez vou usar os pensamentos de John Piper, ele exemplifica isso de uma maneira tão objetiva dizendo que orar é um dever da mesma maneira como é um dever que o mergulhador pegue seu tanque de ar antes de entrar na água. É um dever da mesma forma como é um dever comer quando temos fome ou beber quando temos sede.
E se não sabe como orar, tenha em mente três pontos específicos: louvado seja Teu nome; venha o Teu Reino e seja feita a Tua vontade na terra. Use esses pontos para se nortear. Aprenda a orar a Palavra, lendo e orando, lendo e aplicando em oração. Na dúvida grite ao Espírito Santo pois “também o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza. Porque não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.” (Romanos 8.26-27).
Assim diz o Senhor que faz estas coisas, o Senhor que as forma para as estabelecer — Senhor é o seu nome: Chame por mim e eu responderei; eu lhe anunciarei coisas grandes e ocultas, que você não conhece. (Jeremias 33.2-3)
JG
Que palavra maravilhosa,que Deus continue usando sua vida
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Amém!! Glória a Deus por isso ☺️
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