Provavelmente você já deve ter passado por uma situação em que está andando na rua e é parado por alguém pedindo dinheiro ou comida. Quando isso acontece geralmente reagimos das seguintes maneiras: entregamos os trocados encontrados no fundo da carteira; respondemos que não daremos dinheiro, mas podemos comprar algo para comer; dizemos que não temos trocados; ou simplesmente passamos reto fingindo que não é com a gente.
Um dia desses passei por uma situação assim, um homem me parou na rua dizendo para eu ficar calma porque aquilo não era um assalto. Me contou sua história, mostrou seus documentos e me disse que não tinha dinheiro para pegar o ônibus de volta para sua cidade, me contou também que estava com fome, mas uma moça já havia comprado umas bolachas para ele. O ajudei como eu pude, ele me agradeceu com um sorriso. Me despedi desejando que Deus o abençoasse e entrei na loja. Andando a procura do que eu queria, o Espírito Santo começou a me incomodar. Eu sabia que tinha deixado de fazer algo e que no fundo eu não havia o ajudado. Sai da loja com pressa, olhei para os lados e infelizmente aquele homem não estava mais ali. Uma frustração tomou conta do meu coração “como eu pude perder aquela oportunidade?!”.
Em Atos capítulo 3, Pedro e João passam por uma situação parecida, porém com um final completamente diferente. Prestes a entrar no templo se deparam com um coxo de nascença que os abordou pedindo uma esmola. A resposta de Pedro continua me constrangendo cada vez que eu leio: “Olhe para nós! Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa. Pedro, porém, lhe disse:— Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso lhe dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levante-se e ande!” (versos 4-6). Estendendo sua mão para aquele homem, Pedro o ajudou a se levantar, seus pés se firmaram e ele deu um salto, sua alegria era tamanha que entrou no templo pulando e louvando a Deus atrás de Pedro disposto a continuar ouvindo o que ele tinha a dizer.
Diferente do que eu fiz, Pedro ofereceu aquilo que ele tinha de melhor, ele deu aquilo que ele sabia que poderia mudar a vida daquele homem. O “ex-coxo” não saiu dali com ouro ou prata, mas ele saiu tendo um testemunho para contar, com motivos para louvar a Deus. Pedro não parou apenas após apresentar Jesus como fonte de poder milagroso, ele não deixou de fora o apelo ao arrependimento e a conversão (versos 19-20). Pedro também deixa claro que fez o que fez pela fé no nome de Jesus, a mesma fé que deve ser usada para proclamar o evangelho (versos 12-16; Marcos 16.17-18 e João 14.14).
Ofereça algo mais valioso do que apenas uns trocados
Cristo crucificado e ressurreto é o melhor que temos para oferecer, Deus nos reconciliou consigo mesmo através de Jesus e nos deu o ministério de reconciliação para anunciarmos a todos a nossa volta (2 Coríntios 5.18). Nosso maior ministério é fazer Jesus conhecido, a salvação é para todos os tipos de homem, quer sejam ricos, pobres, saudáveis ou doentes, famintos ou satisfeitos. Não falar de Jesus para alguém por achar que nada vai acontecer é subestimar o poder do nosso Deus, o mesmo Deus que escolheu salvar um pecador como você e eu. Que sejamos como Paulo ao declarar que não temos vergonha do evangelho, pois ele é o poder de Deus para todo que nele crer (Romanos 1.16). Além de declarar que possamos colocar em prática, aproveitar cada oportunidade para compartilhar nosso tesouro mais precioso.
É interessante notar que Pedro não deu o que aquele homem pediu, ele deu o que aquele homem precisava. Deus colocou no coração do ser humano um anseio pelo Eterno (Eclesiastes 3.11) e dessa forma todos precisam de Jesus, quer eles saibam ou não, nós sabemos disso e então é nossa responsabilidade fazer Cristo conhecido. É preciso olhar para as pessoas com os mesmo olhos de graça e misericórdia que Deus olha para nós através do sacrifício de Jesus. Milagres são reais, eles acontecem, pode ser a cura de uma enfermidade ou uma alma sendo salva, o extraordinário de Deus só acontecerá em nossas vidas e através delas pela fé no poder de Jesus. Pedro curou aquele homem na fé do poder do nome de Jesus , ou seja, no poder de quem Jesus é.
No Reino de Deus não existe esse negócio de “cada um com seu problema”, estar sobre o senhorio do Pai é se preocupar com as necessidades alheias. Independente se iremos responder dando dinheiro, comida ou não dando nada, se não apresentarmos Jesus estaremos falhando! Não tem problema se você não sabe exatamente o que falar, se disponha a falar e certamente o Espírito Santo vai te guiar, até porque “Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1.7). Leonard Ravenhill afirmou “são necessários homens que tenham vida para entregar uma Palavra viva” e alegremente eu nos lembro que em Jesus temos vida e vida em abundância (João 10.10). Então quem melhor que nós mesmos para compartilhar o Evangelho que traz vida eterna?!
Chegou o tempo de sair pelas ruas e dizer ao mundo caído: levante-se e ande, em nome de Jesus Cristo!
JG